"As mãos do povo brasileiro" |
O povo brasileiro do PEJA-EMGD |
INTRODUÇÃO
“Pindorama,
Monte Pascoal, Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Terra Brasilis, ...Brasil: campo das diversidades que a História
explica nas suas origens, celeiro cultural global em mosaicos que foram se
sucedendo para configurar o retrato do povo brasileiro. Gente que traz no
sangue, no modo de pensar e se expressar na arte e religiosidade, raízes com os
indígenas, primeiros habitantes destas terras, com os colonizadores europeus e
outros que aqui estiveram atraídos por suas riquezas naturais para serem
exploradas (saqueadas). Nações africanas
arrancadas de suas terras como matéria prima a serviço do tráfico do trabalho
escravo, que aqui se fazem presentes, singularmente, nos gritos da força da sua
cultura e na resistência de seus descendentes; imigrantes vindos do mundo
inteiro: italianos, alemães, judeus, árabes, poloneses, romenos, ucranianos,
russos, japoneses, coreanos, chineses, dentre outros, que continuam aqui ainda
chegando, para dar uma grande contribuição ao mundo - o reconhecimento da riqueza
de um povo dentro das diferenças que se somam, compondo sua originalidade. Brasil, terra dos grandes contrastes e
desafios, onde riqueza, pobreza e miséria convivem muito próximas, denunciando
os vícios de uma história e de políticas que ainda não foram capazes de fazer
justiça aos povos indígenas massacrados e “desterritorializados”, aos negros
escravizados, aos “zé-ninguém” surgidos dos intercruzamentos com os portugueses
colonizadores, aos “zé-ninguém” fundadores do povo brasileiro, sequelados pelo
modelo econômico da exploração de mão-de-obra, pelo contingenciamento aviltante
dos investimentos em educação pública, pelo ranço da ignorância, intolerância e
desrespeito a sua identidade multicultural, codeterminantes de seu maior
desafio: vencer o desajuste social”. (Prof. Alex Werner von Sydow/ Equipe do PEJA da E.M. Gonçalves Dias,
agosto de 2012)
A
seguir apresentamos a contribuição dos nossos alunos do PEJA II como forma de
sensibilização com o tema proposto.
As pessoas julgam ou outros pela
aparência, mas algumas acabam percebendo que isso não está certo. O preconceito
acaba com a vida de muitas pessoas. Devemos aceitar as pessoas como elas são.
Nós somos um saquinho de retalhos que
vem de todo o país, formando uma colcha linda, de diversas cores e formas. Por
isso é que somos iguais, retalhos do mesmo saco.
Vejam a convivência dos índios na caça,
na pesca. Podem servir de exemplo para o mundo.
O racismo só existe no pensamento de
quem não tem o que pensar e falar. As pessoas racistas não dão valor a si
próprias, pois isso dá cadeia. Somos todos iguais.
Um fato que não devemos esquecer é que
negros, cafuzos, mamelucos, mulatos eram empregados e escravos de donos de
engenho.
Este país é laico, isto é, não tem
religião. Devemos defender os direitos humanos de cada brasileiro. Não importa
raça, língua ou religião. Somos parte da mesma nação.
Não nascemos com preconceito. Queremos
um Brasil sem preconceito e igualdade para todos.
As escolas têm papel muito importante em
conscientizar jovens e adultos que as diferenças existem, mas que devemos
respeitá-las.
Quem pensa que o convívio é bom se
engana. O preconceito é encoberto, sufocando a realidade.
Avante Brasil! Vamos aproveitar a
riqueza deste país e de seu povo. Vamos investir mais em educação e saúde,
dando o que é do nosso direito, pois só assim deixaremos de ser um país
subdesenvolvido.
Discordo que haja desigualdade social,
pois a capacidade intelectual todos têm. Mas é preciso que haja uma instituição
pública que nos dê atenção.
Em relação à musica, se a pessoa for
escutar funk é favelado. Isso é
preconceito!
Muitas pessoas não entendem como as
palavras discriminatórias podem doer mais que um tapa na cara! Felizmente,
existem pessoas que lutam contra isso.
Eu acho que a reserva de vaga para
negros nas universidades brasileiras é preconceito. O governo deveria se
preocupar com todos os pobres que não podem pagar uma universidade.
Existe na grade curricular do Estado
apenas um tempo de Filosofia. Essa disciplina é importante para que as pessoas
entendam as diferenças, a diversidade. Não que as outras não sejam importantes.
A escola é o local onde somos humanizados.
Algumas cidades ainda celebram as
tradições dos antepassados em festas típicas, como a Festa da Uva (cultura
italiana) e a Oktoberfest (cultura
alemã), o fandango de influência portuguesa e espanhola, pau de fita e congada.
A culinária também dá um banho de
diversidade: queijo minas, pão de queijo, feijão tropeiro, tutu de feijão,
moqueca capixaba, feijoada, farofa, pirão.
Para
mim, o povo brasileiro é povo muito bonito, simpático, cada um com sua beleza.
Devemos respeitar as diferenças.
Rio,
22 de agosto de 2012
PEJA/ESCOLA
MUNICIPAL GONÇALVES DIAS – 140 ANOS